PRIORIZE A RENTABILIDADE AO INVÉS DO FATURAMENTO - I
PRIORIZE A RENTABILIDADE AO INVÉS DO FATURAMENTO - I
É comum em conversas
entre empresários de todos os ramos de atividades o objetivo de se alcançar um
nível de faturamento cada vez maior. Em princípio, está implícito que receitas
mais elevadas implicam numa rentabilidade superior dos negócios.
No entanto, tal fato nem
sempre ocorre, uma vez que pode falar capital de giro que leva a dívidas e
despesas financeiras crescentes e/ou os custos se alteram numa proporção maior
que o avanço do volume de vendas.
Devido a esses fatores, é
recomendável se tomar muito cuidado com o faturamento progressivo. Inicialmente,
cabe uma pergunta básica: você sabe qual a margem de lucro obtida nos últimos meses
pela sua empresa?
A questão não é simples,
poucas organizações possuem departamento de custos e/ou uma contabilidade que
forneça os resultados do mês anterior rapidamente. Usualmente, as empresas médias
e grandes conseguem, mas no universo de pequenas a realidade é diferente,
principalmente aquelas optantes pelo regime tributário simples.
Na economia brasileira,
mais de 95% são médias e pequenas e não é um equívoco considerar que seus lucros
são estimados com base em cálculos superficiais e que nem sempre refletem a
realidade da atividade.
Todas as entidades
prestadoras de serviços contábeis possuem softwares e independente do regime
tributário adotado tem condições de apurar o lucro ou prejuízo anterior com
agilidade para seus clientes. Elas pagam por esse serviço, podem e devem
exigi-lo mensalmente.
Com base no valor obtido,
os próximos passos passam pela fixação de metas de rentabilidade realistas e
análise de fluxos de trabalho para adequar a estrutura ao faturamento possível
e lucro desejado. A variação do nível de estoque e capital de giro, serão
abordados em próximo artigo.
Pois bem, reúna-se com a
equipe de marketing e vendas e estabeleça uma meta de faturamento coerente para
os próximos três meses. A partir daí, será necessário adequar sua estrutura administrativa
e de produção a está nova realidade para que no máximo ao final do terceiro mês
se possa alcançar os valores esperados.
A adequação do tripé,
faturamento, estrutura e lucro, não deve passar por redução de pessoas, tal
fato pode até ocorrer, mas em razão da análise do fluxo de trabalho de seus
principais processos e não da determinação de uma meta de redução de trabalhadores.
Ao estudar o fluxo, pode-se
chegar à conclusão de que um departamento inteiro não faz sentido, ou
determinadas etapas e por consequência funcionários podem ser dispensados. Dessa
forma, o corte de custos é duradouro e se adequa a nova estrutura proposta.
A redução de custos fixos
e variáveis e o nível de capital de giro necessário para que se alcance o
resultado esperado não é tarefa fácil, mas permite que os gestores trabalhem de
forma integrada, equilibrando vendas, produção e compras ao fluxo de caixa e ganhos
futuros.
Esse é o grande desafio para
2023, ou seja, melhorar a rentabilidade com pequena variação do volume de
vendas, em razão do cenário econômico internacional não ser favorável e a
expectativa pífia de crescimento interno, dado que o governo a cada dia perde o
foco do desenvolvimento e ao invés de resolver os problemas apontados na
campanha, se concentra em achar os culpados por eles, o que não contribui em
nada para a melhoria da atividade econômica.
(*) Prof. Dr. Jose Eduardo
Amato Balian
Consultor empresarial
jbalian@uol.com.br
Comentários
Postar um comentário