VALOR DA TROCA PELO VALOR DE USO
(*)
Prof. Balian
A preocupação com a preservação
do meio ambiente não é novidade no planeta seja para empresas, consumidores,
entidades públicas ou não governamentais. De um lado, perturbações climáticas têm
sido constantes, provocando secas, enchentes, tufões e temperaturas extremas em
todas as partes do planeta e de outro, as medidas que o homem tem tomado para
resolver esse problema não tem surtido efeito esperado.A base da ciência econômica é a escassez, ou seja, os recursos são limitados frente as necessidades sempre crescentes do ser humano.
Algumas considerações podem ser feitas com o intuito não só de colaborar como também para reduzir a degradação ambiental e melhorar a qualidade de vida da população com consumo mais racional de bens e serviços.
A primeira seria a troca da busca incessante do crescimento pelo desenvolvimento econômico. Ao invés de produzir mais, optaríamos por melhorar a qualidade do que é feito, obtendo ganhos reais nas áreas de saúde, educação, transporte, segurança e bem-estar.
Essa proposta, implicaria até no decréscimo do PIB, num primeiro momento, por que não? A ONU projeta queda da população mundial a partir de 2070 e a partir daí o consumo tende a se estabilizar para depois diminuir, de modo que se poderia produzir menos.
O princípio seria de arrumar a casa antes de voltar crescer, dar um passo atrás. A prioridade estaria: (i) na mobilidade da população ao invés da produção de veículos; (ii) no saneamento básico e produção de vacinas ao invés do crescimento dos hospitais; (iii) na formação de professores e estudantes ao invés do crescimento do número de escolas, (iv) na urbanização de favelas, ao invés do aumento da força policial, assim por diante.
O aumento do PIB aconteceria de forma mais lenta, com foco de eficácia (qualidade) e não na eficiência (quantidade). Primeiro, a preocupação seria de fazer mais com menos para depois se pensar em produzir mais.
A segunda, seria a mudança de foco na fabricação e consumo de bens de consumo, isto é, a modificação do valor da troca pelo valor de uso. Eletrodomésticos, eletroeletrônicos, veículos automotivos, por exemplo, poderiam ter o tempo de duração dobrado em relação ao atual com redução na utilização de recursos em quantidade imensurável, bem como da emissão de poluentes.
Ao invés de se trocar um produto “velho” pela versão nova, a preocupação seria de usá-lo por vários anos. “Ideias absurdas” como estas, são apartidárias, precisariam ter o aval da sociedade e dos governos independentemente da linha de atuação política para se tornarem realidade.
O que você acha?
Estaria disposto (a) a usar um carro por dez anos, o mesmo celular por seis anos?
(*) Prof. Dr. Jose Eduardo
Amato Balian
Consultor empresarial
jbalian@uol.com.br
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