PRIORIZE A RENTABILIDADE AO INVÉS DO FATURAMENTO - II

 


PRIORIZE A RENTABILIDADE AO INVÉS DO FATURAMENTO - II

(*) Balian

Iniciamos uma série de três artigos enfatizando a relevância de se priorizar a rentabilidade ao invés do faturamento nos negócios. No primeiro, foi apontado os problemas gerados pelo crescimento do volume de vendas sem adequar a estrutura administrativa e de produção à nova realidade.

O nível de estoques será abordado neste texto e a necessidade de capital de giro no próximo, de modo que esses fatores conjugados possam contribuir para a análise do tema proposto.

Supondo que a estrutura administrativa e de produção estejam compatíveis com o nível de produção e vendas desejado, o foco deve ser dado a duas variáveis de suma importância, ou seja, os volumes de estoques de matéria prima, produto acabado e de capital de giro.

O patamar ideal dos estoques pode ser analisado antes e depois da pandemia Covid-19. O sistema Toyota nos ensinou a trabalhar com estoques mínimos através do sistema puxado de produção otimizando os ciclos produtivos, o lançamento de novos bens, o sistema de compras, a necessidade de capital de giro e o fluxo de caixa da empresa.

Os resultados comprovam sua eficiência através dos Demonstrativos Econômico-financeiros de inúmeras organizações espalhadas pelos quatro cantos do planeta há décadas.

Todavia, com a pandemia em 2020 e o fechamento de fábricas e portos da China, principal produtor industrial com preços baixos, qualidade e prazos adequados, as cadeias produtivas sofreram forte interrupção e somente no começo de 2023, três anos depois, voltaram ao normal.

Os prejuízos foram imensos mesmo se levando em consideração a redução da atividade econômica mundial no período.  Pois bem, ficou evidente a necessidade não só de se diversificar fornecedores, como também, que eles estejam localizados em continentes diferentes. Assim, a empresa passa a dispor de várias alternativas para compra de insumos a um preço médio compatível com o mercado e diminui riscos de desabastecimento.

Nesse contexto, cabe uma questão: A política de estoque mínimo deve ser revista?

Não seria importante também, investir parte dos lucros em estoques de modo minimizar riscos de falta de insumos e produto acabado? Mais do que uma questão de segurança a empresa atende o cliente e maximiza lucros numa situação atípica de mercado que vez por outra sempre acontece.

Pressupõem-se que seja razoável reinvestir ao menos 20% do resultado em estoques. A disponibilidade, por exemplo, de manter estoques de matérias primas e produto acabado, ao menos de 60 dias de produção e vendas apresenta-se como componente estratégico relevante que garante a participação de mercado e melhora o retorno dos ativos.

A alternativa está colocada para debates e é complexa, deve-se considerar também, o custo de oportunidade na hora da decisão com ênfase no peso da rentabilidade que o mercado financeiro oferece.

Porém, reflita sobre esse ponto! Não seria mais vantajoso no longo prazo, investir parte dos lucros em estoques e reduzir riscos, pois ao final das contas, o objetivo principal da organização é gerar valor para seus stakeholders através de que tipo de resultado, operacional ou financeiro?

(*) Prof. Dr. Jose Eduardo Amato Balian

Consultor empresarial

www.itdi.com.br

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