POR QUE NÃO FAZER O QUE É CERTO DE UMA VEZ?

É sabido de todos que o diagnóstico para o pequeno crescimento da economia brasileira das últimas décadas, passa por três pontos fundamentais: (i) o baixo nível de investimento público e privado, (ii) a qualidade sofrível da educação e (iii) a produtividade nula do trabalho.

Observe a reta de tendência negativa do crescimento do PIB desde 2002.


Fonte: ITDI

A arrecadação de tributos de cerca de 34% do PIB da nona economia do planeta não é pequena, nem insuficiente para o desenvolvimento brasileiro, o que faz falta é uma melhor gestão dos valores arrecadados.

É incompreensível o país possuir 11 mil obras públicas inacabadas ao final de 2023 e a taxa de investimento cair 17,8% para 16,5% do PIB. O acesso a infraestrutura é um gargalo que dificulta o avanço dos negócios há mais de dez anos.

O nível educacional caminha a passos de tartaruga, a boa notícia é a de que 200 mil alunos de cursos técnicos do Estado de São Paulo tiveram nota significativamente melhor que a média brasileira no exame do Pisa.

Os ganhos foram sentidos principalmente no setor de serviços do Estado. O período de estudo integral aliado ao técnico é um modelo de sucesso e pode ser replicado de São Paulo para todo o país.

A produtividade no Brasil em consequência do nível educacional não cresce 1% ao ano. Comparando com o americano, o trabalhador brasileiro produz 4 vezes menos no mesmo período. Processos ultrapassados, tecnologia obsoleta, burocracia e falta de conhecimento, são fatores que justificam essa performance tão baixa.

PERGUNTA-SE:  Por que não fazer o que é certo de uma vez?

O ponto de partida é a vontade política para cortar gastos públicos, reduzir a liberação de verba a 2% do PIB para parlamentares e o resultado aparecerá naturalmente, com a obtenção de superávit fiscal e posterior aplicação do montante em obras estruturantes. Além de reduz o custo Brasil e a inflação, a perspectiva de investimentos para empresários e governo mudará rapidamente.

As verbas para a educação não devem privilegiar a construção de escolas, e sim, e reforma do ensino médio com apoio ao curso técnico em todo o território nacional respeitando as especificidades regionais.

A média de 11% atual dos estudantes do ensino médio nesse tipo de curso, precisa subir rapidamente e atingir o nível europeu de 44%, de modo a suprir a falta de mão de obra qualificada e começar a reduzir o nível de pobreza absoluta de mais de 22% da população brasileira.

A qualificação profissional contribui de forma mais efetiva que os programas de assistência social para reduzir as desigualdades e melhorar a qualidade de vida da população. Por fim, as consequências serão sentidas naturalmente no ganho de produtividade em todos os setores da economia brasileira.

(*) Prof. Dr. Jose Eduardo Amato Balian

Consultor empresarial

www.itdi.com.br

jbalian@uol.com.br

 


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