ONDE ESTÃO NOSSAS LIDERANÇAS EMPRESARIAIS?
Tem sido decepcionante o
silêncio da classe empresarial frente a falta de iniciativas concretas do
governo para melhorar o ambiente de negócios, reduzir regulação, burocracia e
entraves trabalhistas e tributários no Brasil.
A economia continua a ser
uma das mais fechadas do mundo e reforça a aposta no Estado indutor do
desenvolvimento e na combinação de subsídios e reserva de mercado, que somados
ao desleixo fiscal não deram certo no passado e caracterizam a performance atual
do governo.
A interversão na
Petrobras, a pressão pela troca da presidência da Vale, derrubaram seus valores
de mercado, aliados a lambança no setor elétrico e a determinação do STF que
legisla sobre o passado, aumentam a insegurança jurídica e administrativa e desestimulam
as atividades produtivas e empreendedoras no país.
O plano denominado de
“Nova Indústria Brasil”, reúne políticas públicas ultrapassadas e não contribui
para a era do conhecimento com tecnologia de ponta, biotecnologia e produção de
energia limpa e barata para todos.
As lideranças empresariais,
políticas e intelectuais, não se manifestam para denunciar os erros econômicos
e políticos cometidos pela atual gestão, totalmente sem foco e com um plano de ações
ineficientes. A evolução dos indicadores econômicos não se reflete na qualidade
de vida e nos distanciamos cada vez mais do grupo das economias desenvolvidas.
As famílias brasileiras continuam
sob pressão, levadas pelo alto nível de endividamento, crédito fácil e alta dos
juros e preços dos alimentos. Agregado ao aumento da violência urbana, reforçam
a sensação de insegurança e anulam os ganhos proporcionados pelo nível de
desemprego baixo de 7,9% e perspectiva de avanço do PIB de 2% neste ano.
O trabalhador não quer se
sindicalizar, quer empreender, ser dono de si e ascender econômica e
socialmente e as lideranças atuais ainda não perceberam isso e insistem num
modelo desconectado da realidade atual e ultrapassado.
As relações de trabalho
estão em transformação com a robotização, tecnologia da informação, contratos
terceirizados, aplicativos, compras online, teletrabalho e home office.
A queda da indústria e
crescimento dos serviços em conjunto com novas formas de produzir, prestar
serviços e atender o cliente alteram os modelos de negócios tradicionais, sendo
preciso se adaptar aos novos tempos.
O bom exemplo vem do
agronegócio que investe em pesquisa e desenvolvimento, importa tecnologia e
insumos quando necessários e não depende das benesses do Estado para sobreviver.
A produtividade cresce 3% ao ano desde 2020 e se considerarmos os produtos
agroindústrias, corresponde a 40% do total exportado em 2023, gera emprego,
renda e não para de crescer.
(*) Prof. Dr. Jose Eduardo
Amato Balian
Consultor empresarial
jbalian@uol.com.br
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