REELEIÇÃO, PARLAMENTARISMO E BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO- I
(*)
Prof. Balian
Neste artigo, será abordada
a relação entre reeleição e seus reflexos na administração pública e no
subsequente, na sugestão de mudança do sistema presidencialista para o
parlamentarista.
Sempre soubemos que
administrar uma empresa nunca foi tarefa fácil no Brasil, mas em razão da crescente
insegurança jurídica e administrativa provocadas pelo executivo, judiciário e
legislativo desde 2022 tem se tornado missão cada vez mais difícil.
Decisões judiciais anuladas,
tributação retroativa, descumprimento de metas, vetos presidenciais, vai e vem
de projetos no Congresso Nacional, dentre outras, tem não só afugentado
investidores na B3, depreciado a moeda, como derrubado a taxa de investimento
público e privado nos últimos meses.
No meio desse turbilhão
de incertezas o empresário nacional está inseguro e deixa seus projetos
engavetados, derrubando as perspectivas de crescimento acentuado do PIB, de
geração de emprego e renda.
Na economia brasileira,
não há falta de recursos públicos, mas sim, de melhor gerenciamento destes,
razão pelo qual não só o volume investido em capital fixo é insuficiente frente
nossas necessidades como a qualidade do serviço oferecido à sociedade é sofrível.
Desde a gestão do
presidente FHC, a possibilidade de reeleição tem substituído Projetos de
Desenvolvimento por Projetos de Continuidade no poder, onde os princípios de
boa gestão dão lugar às medidas populistas que vão no sentido contrário ao
desenvolvimento e consequente melhoria da qualidade de vida de uma população
carente em saúde, educação, transporte e segurança.
Existe uma corrente de
pensadores, com a qual compartilho que acredita não estarmos suficientemente preparados,
como sociedade não só para administrar por dois períodos como também reeleger
gestores.
Argumentam falta de controle
emocional, conhecimento técnico, capacidade de análise histórica e o mais
importante, vontade de contribuir para o Brasil se tornar uma grande potência.
Os objetivos pessoais
sempre se sobressaem aos coletivos, prática que vem desde o descobrimento e que
passados 200 anos de independência não se alterou.
Nada justifica essa
atitude, razão pela qual talvez seria benéfico para o país passar um período sem
a possibilidade de reeleger não só prefeitos, governadores e presidente, mas incluindo
também, todos nas demais entidades públicas e nas privadas.
Passados 30 anos, em
2054, poderíamos analisar os resultados e rever essa possibilidade. Que tal? Caso
você fosse um deputado federal ou senador, aprovaria tal medida?
(*) Prof. Dr. Jose Eduardo Amato Balian
Consultor empresarial
jbalian@uol.com.br
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