CRESCIMENTO DO PIB X QUALIDADE DE VIDA: ALTOE E BAIXOS

 


Na medida em que a sociedade brasileira evolui, principalmente pós pandemia COVID-19, cada vez mais questões relacionadas à saúde mental, relacionamento social e qualidade de vida tem se destacado no dia a dia das pessoas.

Os governos de maneira geral têm encontrado dificuldades em trabalhar essas questões e em muitos países estão perdidos na elaboração de políticas públicas que melhorem o bem-estar da sociedade, priorizando o crescimento em detrimento ao desenvolvimento.

A grande meta do governo como gestor é a de melhorar o padrão e a qualidade de vida da população. Para tanto, deve priorizar investimentos no tripé educação, saúde e transporte sem deixar de lado a segurança pública.

O PIB crescer´, isto é, mais produtos e serviços consumidos é condição necessária, mas não suficiente para atingir esse objetivo, pois somente com geração de empregos, inflação sob controle, renda bem distribuída e ganhos de produtividade na produção e serviços, pode-se caminhar na direção e atingir o patamar dos países desenvolvidos.

Em 2024, o crescimento do PIB deve ficar próximo a 3,5%, o nível de desemprego a 6% e o aumento da renda do trabalhador superior a 9%. No entanto, o nível de reprovação do governo é crescente e supera o índice de aprovação, pela primeira vez, considerando as três gestões do presidente Luiz Inácio da Silva. 

O governo perdeu credibilidade, uma vez que o corte de gastos se mostrou insuficiente no fatídico pacote de fim de ano, a inflação estourou a meta, a dívida pública está em 78% do PIB e a taxa de câmbio superou R$ 6,00. A taxa de juros caminha para 15% ao ano, com consequências terríveis para o crédito, consumo e investimentos produtivos.

No aspecto social, a gestão atual não percebeu que o pensamento do trabalhador mudou e hoje, dá importância ao empreendedorismo, a ocupação por conta própria e ao avanço nas MEIs – Microempresas Individuais. Graças a evolução tecnológica através dos aplicativos ele não vê como antigamente o emprego formal, com carteira assinada, marcação de ponto e todo o restante.

A sobra de caixa para investimentos, no transporte de cargas e mobilidade, em saneamento básico fundamental para a saúde e em educação priorizando o 1º. e 2º. graus para formação técnica de qualidade, aliada às condições macroeconômicas favoráveis, inflação e juros baixos e dívida pública sob controle, são premissas básicas para o desenvolvimento sustentável e não está acontecendo.

Deste modo, continuaremos patinando, dando um passo para a frente e outro para trás, sem sair do lugar, no entanto, devido as necessidades crescentes da população, a possibilidade de haver distúrbios sociais são cada vez maiores, vão muito além da reeleição do presidente, com prejuízo para todos.

Percebe-se que o crescimento do PIB é fator importante, mas secundário frente ao bem-estar, e sim, aplicação de políticas públicas coerentes com a necessidade das pessoas e infelizmente parece que a classe política ainda não tem essa percepção.

(*) Prof. Dr. Jose Eduardo Amato Balian

Consultor empresarial

www.itdi.com.br

jbalian@uol.com.br

 

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