MERCADO DE TRABALHO: OS NOVOS DESAFIOS SÃO GIGANTESCOS

 


Segundo Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2025 organizado pelo Fórum Econômico Mundial e que, no Brasil contou com a parceria da Fundação Don Cabral, até 2030, serão criados globalmente cerca de 78 milhões de novos postos de trabalho.

Esse número é o resultado da previsão da geração de 170 milhões de empregos fruto das inovações tecnológicas e da transição verde e da extinção de 92 milhões em função da transformação do mundo do trabalho.

Desafio enorme para todos os países e em particular, gigantesco para o Brasil em função do grande déficit educacional. Ainda que os indicadores tenham melhorado o gap é muito grande em relação aos países desenvolvidos.

É importante lembrar que o PIB brasileiro está ranqueado na 10ª. posição mundialmente, o que não é desprezível, mas segundo dados recentes divulgados pelo IBGE relativos ao Censo de 2022, o nível educacional continua baixo, pois, temos que:

·        O percentual da população com ensino superior completo passou de 6,8% para 18,4%, entre 2000 e 2022, contra média de 48% dos países da Organização para Cooperação Desenvolvimento Econômico (OCDE).

·        O número de pessoas com ensino médio completo dobrou no mesmo período, dos quais 11% possuem curso técnico contra 44% dos países da OCDE;

·        A taxa de frequência escolar bruta de brasileiros de 0 a 3 anos foi de 33,9%, em 2022, abaixo da meta de 50% estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE);

·        Entre 4 e 5 anos, a taxa foi de 86,7%, contra meta de 100% do PNE.

Em 2021, o gasto anual com alunos da educação básica foi de US$ 3.181, abaixo da média de US$ 11.176 da OCDE. No ensino superior, o gasto brasileiro foi de US$ 13.569 bem próximo ao da OCDE de US$ 17.138.  

O grande avanço dos graduados no curso superior, se deu graças ao crescimento virtuoso do ensino a distância que passou de 1.682 alunos matriculados em 2.000, para 4,3 milhões em 2022. A qualidade desses programas de ensino, porém, preocupa governo e especialistas. 

Há ainda a questão do envelhecimento da população e a demanda por profissionais da chamada indústria do cuidado que deve aumentar, tais como: enfermeiros, assistentes sociais, cuidadores e psicólogos.

Em contrapartida, funções como a de caixa em lojas, supermercados, bancos e cinemas, além de assistentes administrativos, dentre outras tendem e perder espaço, o que exigirá que profissionais que atuam nessas áreas busquem requalificação para se manterem empregáveis. Estima-se que 34.5% dos empregos formais e informais no Brasil pertençam a esses segmentos.

Apesar das deficiências, o Brasil tem um mercado interno significativo, é um grande exportador global agrícola e um dos países com maior potencial na área de transição verde.

Do ponto de vista das empresas, também é preciso aprimorar os programas de treinamento não só para reter com identificar novos talentos num futuro próximo.

Diante desse contexto, não há motivos para temer o futuro, desde que haja empenho de todas as partes para se adaptar a ele, particularmente, na melhora do nível educacional, fator primordial qualificação profissional atual e futura.

(*) Prof. Dr. Jose Eduardo Amato Balian

Consultor empresarial

www.itdi.com.br

 jbalian@uol. com.br

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